Dedicado à candidatura da Cidade de Curitiba a sub-sede da Copa do Mundo de 2014. Questionamentos e visão crítica a cerca de mobilidade e infra-estrutura urbana, intervenções, obras, metrô, binários e politicagens.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Os estádios brasileiros não estão dentro da recomendações da FIFA


De acordo com matéria publicada no Universia, ainda em 2006, o arquiteto Eduardo Castro Mello afirma que "a maioria dos estádios no Brasil não está de acordo com o Caderno de Recomendações da Fifa para Construção e Adaptação de Estádios".

Entre alguns itens não observados estão a falta de acesso independente para imprensa e autoridades; as dimensões mínimas da área gramada (120m x 80m) e do campo de jogo (105m x 68m); os afastamentos laterais e de linha de fundo entre a área de jogo e os alambrados; separação do público ao campo e a marcação dos lugares.

Para o arquiteto, uma das justificativas é a idade delas, onde ele diz que a grande maioria foi contruída há mais de 40 anos e em muitos casos nunca foram totalmente concluídos por falta de orçamento.

Eu, particularmente, acredito que a solução era a construção do zero de estádios novos, como a Alemanha fez na sua edição. Se lá, onde os estádios com certeza sofriam menos do mal da falta de verba, foram demolidos e reconstruídos ou simplesmente edificados do zero, aqui não seria diferente. É o jeito mais fácil de se atender às especificações da FIFA, ao invés de ficar fazendo remendos em velharias espalhados pelas cidades.

Quem é de Curitiba sabe onde fica a Arena do Atlético. E sabe que aquela região não é a melhor indicada para acomodar uma partida de futebol, que o diga quem mora nas intermiediações. Ainda mais com casa cheia (para fins práticos), como é de se esperar para todas as partidas da primeira fase.

Eu acredito que a melhor solução seria demolir de vez aquele elefante branco do Pinheirão e construir naquele terreno enorme e mal utilizado uma arena multi-uso que atendesse a todas as especificações da FIFA. Seria um estádio público e não estaríamos beneficiando nenhum clube particular da cidade. Espaço tem de sobra lá para fazer um estádio grande, moderno, com estacionamento (coisa que o Atlético nunca vai ter, vai precisar construir um edifício-garagem) e acesso facilitado (as vias são suficientemente largas, precisando apenas de pequenos ajustes viários nas intermediações, mas mesmo as ruas que dão acesso ao estádio do atlético vão precisar também)

Ainda segundo o arquiteto da citada reportagem. "o manual da Fifa exige que o espaço mínimo para cada lugar seja de 50cm e a largura de cada degrau deve ser de 80cm no mínimo, assim permite a circulação normal dos torcedores. O ideal seria de 90cm, todavia a cada dez degraus se perderia uma fileira de lugares. Mas mesmo esta medida não é observada nos estádios brasileiros".
Seguem trechos da materia:

Quanto vale cada torcedor

Alguns estádios que receberam os jogos da Copa do Mundo da Alemanha gastaram em média com cada lugar o equivalente a R$ 12 mil. Segundo Eduardo Castro Mello, no Brasil o valor destinado a cada espectador é de aproximadamente R$ 2,5 mil.

Especificações da Fifa para as arquibancadas

A largura mínima para os degraus das arquibancadas é de 80cm e a altura varia em função da "curva de visibilidade", que é um gráfico resultante das linhas traçadas entre o ponto a ser visível no campo e a vista de cada espectador, considerando que esta linha sempre tangencia a cabeça do que se encontra à frente.

Cada pessoa ocupa o espaço de 50cm no comprimento da arquibancada e os locais devem ser com cadeiras individuais dotadas de encosto com 30cm acima do assento.

É por essas razões e pelo comprometimento de se fazer um evento decente que eu defendo a construção de novos estádios, em locais apropriados, com planejamento e estudo. Sempre frizando qeu sem planejamento, projeto e tempo de estudo, não se faz nada, não se atingem os objetivos e a conta acaba saindo mais cara. Porém, as cidades já enviaram suas cartas de intenões à FIFA e os dirigentes dela já visitaram todas as candidatas. Vamos ver o que sai disso.


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